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terça-feira, 12 de abril de 2011

A Casa da Colina (II - Final)

Ainda de olhos fechados, eu não sentia a respiração dele, eu estava começando a me apavorar. Quando virei para o lado vi Eduardo roxo e com seus olhos completamente vermelhos. Nesse instante gritei com todas as minhas forças, mas minha voz não saia.

Pensei que eu poderia estar sonhando, ou melhor, tendo um pesadelo, mas aquilo nunca foi tão real pra mim, e o pior, não tinha para quem eu recorrer. A primeira coisa que me veio a cabeça foi fugir, e o mais rápido possível.

Peguei o carro, e pisei no acelerador de uma forma brusca que fez 'cantar' pneus. A estrada estava deserta e com muita neblina. Animais me faziam desviar de um lado para o outro. Sentia braços passarem por minha costa como se quisessem tirar minha roupa. Comecei a gritar feito louca, "o que é isso?" ou melhor, "o que querem de mim?".

Ouvi um barulho muito forte no teto do carro e ao mesmo tempo acabou a gasolina. Fechei as janelas e comecei a rezar, porém eu não sabia nenhuma oração - nunca fui religiosa - , então comecei a rogar por piedade. Fechei os olhos; e quando abri vi dezenas de lobos brancos rodeando o carro.

Meu carro estava totalmente arranhado pela fúria deles e eu já estava ficando sem ar, no momento era o que mais me preocupava. De repente, ouço um uivo bem forte e fico procurando de onde poderia ter vindo, quando olho para frente, vejo no capô do carro, um lobo de pelagem escura e  olhos de cores diferentes. E me olhava de uma forma hipnotizante.



Ele uiva mais uma vez e começa a dar com a cabeça no para-brisa de uma forma tão brusca que começa a racha-lo, - ele bate e arranha o vidro-, sua cabeça começa a sangrar e ele começa a latir desesperadamente.

Os lobos brancos correram em direção a ele e começam a morde-lo, - uma chance unica de eu conseguir fugir - , abri a porta do carro e comecei a correr, mas ele conseguiu fugir de perto dos outros lobos e começou a me seguir - ele babava e sangrava - e eu, enquanto corria olhava para trás desesperada.

Tropecei, e ele conseguiu me alcançar, eu estava de frente para ele - vi nos seus olhos que ele estava desejando o meu sangue -, sua baba feroz e seu sangue radiante se misturavam e manchavam minha roupa de dormir.

Depois de uma forte mordida no rosto não consigo lembrar mais nada. Apenas lembro ter dado meu ultimo suspiro vendo metade de minha face na sua boca.

Com o passar das horas me sentia leve de uma certa forma, que não me sentia em terra. Acordei de um pesadelo. Agora em outra forma, vejo meu corpo estirado naquela estrada e me sinto fortemente legada a aquela matilha na qual havia apenas um lobo de pelagem escura. 




Eu havia sido apenas mais uma vitima que seria obrigada a segui-lo.




Um comentário:

  1. Primeiramente, obrigado por seguir meu blog.
    Espero que tenhas gostado do que costumo
    escrever...continues lendo...
    Achei interessante o teu texo,
    gostei do modo como
    vc estrutura a narrativa e, principalmente,
    como consegues prender a atenção do leitor.
    Estás no caminho certo, apenas evita termos
    coloquiais que fica excelente... ;)
    Bjuz

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